quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada.


"Então, sinto muito se estraguei sua vida porque vou te dizer... você não teria chance de estragar a minha vida... ela já é estragada. Você só não a torna melhor."

A oitava história, dezenove anos depois.  Baseado no universo de J. K. Rowling em trabalho em conjunto com Jack Thorne e John Tiffany. Jack Thorne escreve para teatro, cinema televisão e rádio e atualmente está adaptando a trilogia His Dark Materials, do escritor Philip Pullman, para a BBC. John Tiffany ganhador de vários prémios por seus trabalhos de direção.  A peça está em cartaz atualmente me Londres e completamente esgotada até o final de 2017. O roteiro da peça foi publicado para que os fãs possam poder acompanhar essa nova história que é uma continuação do sétimo livro. Lembra o último livro onde termina com Harry, Gina e seus filhos na estação de King’s Cross? É exatamente desse ponto que se inicia o oitavo livro. Agora temos como protagonista o filho mais novo do Harry, Alvo Severo Potter que está indo para o seu primeiro dia em Hogwarts. Alvo carrega toda a história do pai e o grande sobrenome Potter e se sente diminuído e até mesmo como se não fosse alguém ao nível do seu irmão mais velho. A relação do Harry para com o filho é meio que conturbada, onde ao mesmo tempo em que ele tenta ser compreensivo e um bom pai ele acaba pressionando e até mesmo se impondo ao filho.  Apesar dos pais e do próprio irmão serem da Grifinória, Alvo acaba sendo escolhido para a Sonserina o que para ele era um pesadelo já que é a Casa de Voldemort e tantos outros bruxos maléficos. Junto com o Harry o filho de Draco Malfoy também é escolhido para a Sonserina e ambos acabam se tornando amigos, pois tanto Scorpious Malfoy como Alvo Severo tem problemas com os pais e com os outros alunos de Hogwarts.  Enquanto Severo tenta provar ao pai que pode ser como ele, Scorpious tenta provar que não é filho de Voldemort como correm boatos. O foco do livro é um Vira-Tempo algo que é extremamente raro de se encontrar no mundo mágico, pois o ministério da magia os caça e destrói. Com isso Alvo e Scorpious se lançam em uma aventura onde voltam várias vezes no tempo incluindo em pontos importantes dos livros passados como no Tornei Tribuxo para tentar salvar alguém que já morreu no passado.  Em meio a essa jornada tanto Alvo como Harry notam que se amam e que precisam um do outro da mesma forma como Draco e Scorpious, pois desde a morte da mãe de Scorpious. Astoria Greengrass pai e filho tinham um distanciamento.  Apesar de alguns fãs não terem gostado do livro, é bom lembrar que é um roteiro de uma peça e não um livro com narrativas igual estavam acostumados com os livros anteriores de Harry Potter. O livro tem em cada capitulo uma descrição do local onde se encontram e quem se encontra no local e logo após apenas os diálogos dos personagens. Para mim o melhor personagem do livro é o Scorpious Malfoy, pois demostra uma posição mais adulta e consciente dos riscos que estão em jogo, enquanto Alvo tem aquele já conhecido estilo do pai. Sobre a Rosa Granger filha do Ronny e da Hermione pouco tem o que se falar, já que na maior parte do livro ela não faz parte de nenhuma aventura.  Publicado no Brasil pela editora Rocco a mesma editora dos outros sete livros. Foram lançadas duas versões no Brasil em brochura e capa dura. Edição de capa dura vem com uma jacket, uma sobre capa que protege o livro e contem informações obre a obra.

 A edição publicada pela Rocco é igual a versão britânica onde o livro tem a capa preta, com um ninho no centro em dourado e o titulo do livro também em dourado junto com o nome dos envolvidos na obra. A textura da capa é maravilhosa assim como a própria jacket onde é meio que emborrachada.

Boa leitura!


Marcos Vinicius Migliorini

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Cinco livros que vão estar nos cinemas em 2017.

It A Coisa.

Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez A Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. It é um livro do escritor e mestre do terror Stephen King publicado originalmente em 1986. O livro foi para as telonas em 1990 pelo diretor Tommy Lee Wallace.

 Torre Negra.
Mais um livro do escritor americano Stephen King que vai estar nos cinemas em 2017 é A Torre Negra. A Torre Negra é considerada pelo autor sua maior e mais ambiciosa obra na qual levou mais de trinta anos para ser concluída, num total de sete volumes. Inspirada no universo imaginário de Tolkien, no poema épico do século XIX “Childe Roland à Torre Negra Chegou” num universo repleto de referências ao faroeste, criaturas e demônios e aquela pitada de terror na qual sempre pode esperar do King. Ao total são sete livros, mas pelo que se sabe o filme teria como ponto inicial o terceiro volume.


Deuses Americanos.
Deuses Americanos do aclamado Neil Gaiman é uma das obras-primas do escritor, no livro Shadow Moon, um ex-presidiário de trinta e poucos anos que acabou de ser libertado e cujo único objetivo é voltar para casa e para a esposa, Laura. Os planos de Shadow se transformam em poeira quando ele descobre que Laura morreu em um acidente de carro. Sem lar, sem emprego e sem rumo, ele conhece Wednesday, um homem de olhar enigmático que está sempre com um sorriso no rosto, embora pareça nunca achar graça de nada. Em uma viagem tumultuada e reveladora por cidades inusitadas dos Estados Unidos o protagonista se depara com os deuses os antigos (que chegaram ao Novo Mundo junto dos imigrantes) e os modernos (o dinheiro, a televisão, a tecnologia, as drogas) -, que estão se preparando para uma guerra que ninguém viu, mas que já começou. O motivo? O poder de não ser esquecido.


O Chamado do Monstro.

O Chamado do Monstro retrata a mais simples e pura imaginação infantil do escritor Patrick Ness e apesar do titulo o livro está longe de ser um terror. A narrativa do livro sengue meio em duas linhas diferentes algo que o leitor provavelmente vai notar logo de cara quando o personagem esta com sua família e quando esta com o monstro. Vale muito conferir o livro e se preparar para o filme, pois você não vai se arrepender.
 Extraordinário.
 
August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade... Até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência um, ele é um menino igual a todos os outros.  R. J. Palacio criou uma história edificante, repleta de amor e esperança, em que um grupo de pessoas luta para espalhar compaixão, aceitação e gentileza. Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade um impacto forte, comovente e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positiva, que vai tocar todo o tipo de leitor. 

Boa leitura!

Por

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

A Improvável Jornada de Harold Fry

"Ele viu que as pessoas decidiriam o que desejassem decidir, e que algumas delas acabariam machucando a si mesmas e a quem as amasse, e algumas pessoas passariam despercebidas, enquanto outras trariam alegria."

Alguns livros você lê e os guarda na estante com aquela sensação de ter lindo algo muito bom e ter acertado em cheio na leitura. A Improvável Jornada de Harold Fry é o tipo de livro que você começa a ler e simplesmente não sabe para onde vai, pois como um livro onde um senhor de idade, aposentado e saindo de casa somente para colocar uma carta na caixinha do correio pode simplesmente ser o melhor livro do ano ou quem sabe da vida. A Improvável Jornada de Harold Fry é o tipo de livro que salva vidas. A escritora Rachel Joyce nos entrega em sua primeira obra um livro sensível, comovente e que mostra ao leitor que tudo é possível e não importa o tempo que levar ou como for apenas siga em frente.

Em uma manhã Harold ao tomar seu café da manhã e pensar em sua rotina ao longo do dia recebe de Maureen sua esposa algo um tanto incomum para ele uma carta. Não era somente uma carta, mas uma carta de Queenie Hennessy uma amiga na qual Harold não via há muitos anos. Na carta Queenie relata a seu amigo que ela está com uma doença e que seu estado já é tão critico que não lhe resta muito tempo de vida. Após algum tempo ao se recompor Harold escreve uma carta para sua amiga e somente com sua roupa diária, carteira no bolso e a carta em mãos Harold desce a rua de sua casa para colocar a carta na caixa do correio. Algo, no entanto sai do seu plano, pois ao chegar à caixa do correio Harold decide colocar ela na outra caixa e caminhar mais um pouco, isso acaba se seguindo novamente e novamente até que Harold percebe-se que simplesmente esta em uma caminhada não para colocar a carta no correio, mas para entrega-la nas mãos de Queenie, pois Harold acreditava que fazendo essa jornada de um paço de cada vez ele teria por meio disso curar sua amiga. Harold então faz sua odisseia partindo do sul da Inglaterra para o Norte da Inglaterra onde sua amiga se encontra.
Em sua jornada Harold encontra varias pessoas, pessoas que como ele tem seus sofrimentos, defeitos e medos. E ao contar o que ele esta fazendo algumas pessoas acredita que sua caminhada simplesmente é algo incrível e maravilhoso e lhe apoiam, outros zombam dele e dizem que é inútil, mas mesmo nos momentos mais difíceis Harold continua e continua.  Então ele nota que ao fazer sua caminhada ele leva consigo não só parte sua, mas de cada um que ele conheceu e se antes ele tinha algum preconceito eles simplesmente desapareceram.

Harold tem um convivo muito complicado com sua esposa e seu filho que já não mora mais com os pais, Maureen conversa sempre com o filho pelo telefone e fala sobre a loucura que Harold fez ao sair de casa para caminhar até onde a velha amiga vive. Ao longo de todo tempo afastada de Harold, Maureen passa então a refletir sobre o tempo em que eles vivem juntos e se estaria ele se afastando dela e por isso faz essa inesperada caminhada. Passa também a refletir como o filho, mas principalmente ela trata o marido, mesmo sendo conservadora e com receios do que os outros possam pensar dela e de Harold ela passa a conversar com outras pessoas e se abrir sobre tudo o que vem ocorrendo. E em alguns momentos até imagina que o que Harold esta fazendo é o certo e que devia dar-lhe total apoio e quem sabe ir até ele e caminhar juntos.

Ao longo da história Harold vive grandes aventuras e o livro tem uma narrativa tão simples e até mesmo filosófica que é meio que impossível não se apegar. O livro com 243 páginas faz com que leitor ao terminar de ler desejar que tivesse mais 500 páginas no livro. De um modo muito, mas muito resumido esse é o livro, e apesar de ser um livro que aparenta ser muito simples e é mesmo, tem vários acontecimentos que por menores e rotineiros o torna grandioso por seus pensamentos. Quando Harold percebe o mundo a sua volta, flores, céu, pássaros e tantas outras coisas. Talvez quem saiba o que falta em nossa vida não seja uma carta que nos faça sair um pouco e notar o mundo de verdade?

O fim do livro é perfeito, onde tudo faz sentido e faz com que ao terminar de ler acontece um breve silêncio de reflexão. E pode ter certeza que se no começo do livro você começar não gostando da Maureen, pois saiba que vai terminar o livro gostando. Pois a jornada de Harold Fry muda a vida dele, das pessoas em sua volta e provavelmente do leitor.   
O livro foi lançado pela Suma de letras em 2013 e tem uma edição igual à versão britânica.

Boa leitura!


Marcos Vinicius Migliorini.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Clube da Luta.

A Primeira regra do clube da luta é: você não fala sobre o clube da luta.

Apesar de ter tido uma infância complicada entre um pai assassinado com a namorada pelo ex-marido e um avô que ao matar a esposa se suicidou e Chuck Palahniuk se tornou um dos autores mais amado pelo público e aclamado pela critica, com uma escrita ácida e ao mesmo tempo cômica Palahniuk já publicou mais de quinze livros. Palahniuk diz que não considera que suas obras sejam apenas chamadas de ficção, mas sim transgressional. Na maioria das vezes seus personagens tem uma visão de antagonismo perante o mundo e sociedade a sua volta, ao criar suas obras Palahniuk busca experiências reais na qual possa por meio disso desenvolver uma história com a maior influência de experiências reais. Em Mais Estranho que a Ficção, traduzido pela editora Rocco Palahniuk relata que ao escrever Clube da Luta ele trabalhava como voluntário em um asilo de caridade, onde sua função era conduzir os internos para reuniões de grupos de apoio onde falavam sobre suas doenças e problemas. Palahniuk se sentia como um turista em meio aos problemas pessoais de cada um, algo que em Clube da Luta é descrito “Marla, a grande turista. Sua mentira refletia minha mentira.” Em Monstros Invisíveis, Palahniuk ligava em Teles sexo e pedia para que a pessoa do outro lado lhe contasse a história mais depravada que pudesse.  Mas agora vou falar sobre a primeira obra de Chuck Palahniuk e que para mim é um dos melhores livros que você vai ler na vida, prepare os punho, pois é hora do Clube da Luta.

Clube da luta é contado a partir dos pensamentos de um personagem sem nome, ele vive o que podemos dizer de sonho americano; bom trabalho, carro legal e um lindo apartamento, mas ao conhecer Tyler Durden a vida do personagem muda por completo. Os dois passam a morar juntos em uma casa abandonada em um distrito industrial no qual Tyler vivia. Por meio de uma ideia de Tyler eles criam um clube da luta onde não importa quem você seja a um empresário ou garçom todos se tornam iguais e sem rótulos no porão do clube da luta.

O personagem também sofre de insônias e para que possa dormir ele frequenta grupos de ajudas sem ao menos ter algum problema de saúde igual os membros do local, ao presenciar os sofrimentos e as histórias dos membros ele chega ao ponto de encontrar a libertação emocional que lhe da à oportunidade de dormir como uma pessoa normal. Seus planos acabam sendo frustrados onde em um desses encontros ele conhece Marla, uma mulher com seus problemas psicológicos e como ele gosta de frequentar grupos de ajuda.

Em determinada parte do livro Marla, Tyler e o personagem acabam convivendo juntos, Tyler apenas mantém relações com Marla e sempre que ela aparece onde Tyler e o personagem estão ele prontamente foge para que ela não possa ver ele ali. E com isso meio triangulo romântico vai sendo construído em meio aos seus altos e baixos.

A partir do clube da luta Tyler cria o Projeto de Ações Violentas, nesse projeto liderado por Tyler mudaria o mundo de forma radical, por meio disso muitas outras coisas acontecem e a história se torna ainda mais insana e virulenta. Apesar do nome do livro ser Clube da Luta a obra é muito além do que se imagina ao ver o título. A obra nos faz refletir sobre a vida que levamos, consumimos, sonhamos e fazemos a cada novo dia. Esse foi o primeiro livro que explodiu minha cabeça ao termina-lo, para mim tanto Clube da Luta de Palahniuk, como A Caderneta de Victor Frankenstein, do romancista, biografo e critico britânico Peter Ackroyd são os livros que mais me prenderam e que no final nos da uma reviravolta inimaginável. E pode ter certeza se você como eu ler o livro completamente livre de spoilers com certeza vai pirar no final do livro e terminar com aquele maravilhoso, uau, algo que é bem difícil de acontecer hoje em dia.

Clube da Luta é com certeza a porta de entrada para todas as outras obras de Chuck Palahniuk, pois se você tem estomago forte e busca algo novo em meio de tantos livros com aquele mesmo clichê de sempre, então aqui esta a obra que vai mudar sua vida literária.

Caso goste de ver filmes ou ficou curioso para ler o livro, mas ainda tem receios então tenho uma solução. Em 1999 foi lançado o filme estrelado por Brad Pitty, Tyler, Edward Norton, personagem, e Helena Bonham Carter como Marla. O filme é bem fiel ao livro mesmo com suas adaptações aqui e ali, então não tem desculpas para não se ligar nessa obra incrível e lembre-se, você não fala sobre o Clube da Luta.


Boa leitura!

Por: Marcos Vinicius Migliorini.

sábado, 24 de dezembro de 2016

A Menina Submersa

"Não foram poucas às vezes em que eu a visitei e ela me disse que queria morrer, e eu costumava dizer que preferia que ela vivesse e melhorasse e que voltasse para casa, mas que não ficaria aborrecida se ela realmente tivesse de fazer isso - se ela tivesse de morrer, se chegasse o dia ou à noite em que ela simplesmente não pudesse mais suportar. Ela disse que sentia muito, mas que ficava feliz pelo fato de eu entender e que sentia gratidão por isso."

Com uma narração intrigante, não linear e uma prosa magnífica, India Morgan Phelps se torna uma narradora não confiável. E o que coloca ainda em questão todas suas memórias é um simples fato de ela possuir uma esquizofrenia desorganizada. A pessoa que sofre desse transtorno tem dificuldade em distinguir as experiências reais das imaginárias, de pensar de forma lógica, de ter respostas emocionais consideradas normais e uma série de outros sintomas. Talvez seja esse se o motivo que torne esse um livro tão peculiar, inteligente e cativante são duas palavras que o define. O livro é um daqueles clássicos em que ou ama ou abandona, mas não se assuste caso o livro pareça confuso ou qualquer coisa do tipo vá com calma na leitura e tudo vai dar mais do que certo.

O livro é narrado pela India M. Phelps ou apenas Imp, como ela logo nos relata no começo de sua história. Em certa parte de sua vida Imp decide escrever todas as suas memórias sejam elas reais ou não “vou escrever uma história de fantasmas agora (...) uma história de fantasmas com uma sereia e um lobo.” Os fantasmas da Imp são diferentes dos que na maioria das vezes nós imaginamos, pois não são fantasmas do além ou criaturas de filmes, mas fantasmas psicológicos que assombram seu passado e presente. Tanto a mãe, Rosemary Anne, e avó, Caroline, tinham esquizofrenia e ambas se suicidaram, algo no qual faz com que Imp se dirija em direção contrária delas e com ajuda de sua maquina de escrever e sua namorada Abalyn. Imp deixa um aviso sobre sua narração onde não devemos confiar totalmente no que ela escreve, pois os acontecimentos vão desde momentos reais em que ela vivenciou a momentos fantasiosos de sua cabeça. Ao completar seu decimo aniversário Imp é levada pela mãe em um museu, lá ela primeira vez em sua vida vê o quadro A Menina Submersa pintado em 1898, pelo artista Phillip George Saltonstall. Quadro e artista foram criados pela autora.

O quadro em grandes partes é de tons escuros e verde cinza no centro uma jovem nua está submersa até os tornozelos em um lago, e olhando para escuridão das árvores como se algo estivesse vindo a seu encontro. O quadro e a garota desenhada nele passa a ser parte da vida de Imp, tanto que a própria garota da pintura acaba sendo encontrada por Imp em determinada parte de sua narração. Imp também relata sobre O Manual Completo do Suicídio. Ao decorrer do livro Imp deixa de tomar os remédios e isso traz consequências para a sua vida, mas se isso muda para melhor ou pior, só lendo para saber.

O livro escrito pela autora americana Caitlín R. Kiernan, A Menina Submersa é vencedor do prêmio BRAM STOKER. Publicado no Brasil em 2014 pela editora Darkside, o livro tem duas versões de formados uma em hardcover e outra em brochura. 

Boa leitura!


Marcos Vinicius Migliorini.      

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O Corcunda de Notre Dame

"Os santos eram amigos e o abençoavam, os monstros eram amigos e o protegiam. Normal então que passasse longos momentos nessas companhias; às vezes horas inteiras, agachado diante de uma das estátuas, em conversas solitárias. Caso chegasse alguém, ele fugia como o amante pego de surpresa a fazer uma serenata."

Escrito em 1831, pelo escritor francês Victor Hugo, Notre-Dame de Paris é uma das obras mais importantes da literatura francesa e mundial. A obra que inicialmente tinha um contexto histórico para o público adulto parisiense; mostrava a importância dos cuidados e conservação a Catedral de Notre-Dame.  Em 1833 foi traduzido e publicado na língua inglesa foi então que a obra ganha um destaque voltando aos personagens a sua volta e não somente a Catedral como originalmente. Os personagens principais são Quasimodo, Claude Frollo, Esmeralda e Phoebus de Châteaupers.
 Quasimodo que ao ser abandonado por suas deformidades nas escadarias de Notre-Dame fica aos cuidados do arquidiácono Claude Frollo. Quasimodo é descrito pelo autor como tento uma grande verruga que lhe cobre um dos olhos, coxo e também uma corcunda, Quasimodo é afastado do convivo da sociedade e passa sua vida pelas torres de Notre-Dame tento como companhia Frollo e as gárgulas da Catedral. Quasimodo é designado pelo seu cuidador a tocar os sinos e por esse fato Quasimodo torna-se surdo. O nome Quasimodo se origina do primeiro domingo de Páscoa dia no qual Claude Frollo o encontra na Catedral.
 O drama principal tem o amor de Quasimodo pela cigana Esmeralda que por sua vez é apaixonada pelo oficial da guarda real Phoebus. Phoebus não tem interesse algum pela cigana onde apenas se aproveita de sua beleza e amor inocente por ele. O autor trás várias formas de amor ao decorrer da obra no que o pode nos fazer refletir e termos como espelho qualquer um desses no qual descreverei.
Quasimodo tem um amor verdadeiro e sem qualquer luxuria sobre Esmeralda. Ele simplesmente se apaixona pela bondade e pelos cuidados no qual ela tem com os que estão a sua volta, ao ver tamanha beleza interior mesmo lá das altas torres de Notre-Dame Quasimodo começa ama-la.
Claude Frollo é atormentado por sua paixão obsessiva e pelos desejos lascivos por Esmeralda, onde fica divido entre seus sacramentos perante Deus e o desejo pela cigana. Seus desejos tornam-se tão febris a ponto de Frollo colocar a ponta de mata-la caso não pudesse ela viver junto dele. Mesmo com tamanha frieza Frollo muitas vezes tem grande carinho por Esmeralda, no qual se mistura o ódio quando frustrado.
Phoebus apenas deseja estar com Esmeralda, mas sem nunca estar apaixonado e sim somente para se aproveitar de sua inocência na qual ele ludibria com histórias de amor eterno. Em momentos Phoebus chega a fugir da vista de Esmeralda para que ninguém os veja juntos.

Apesar de que uma grande parte das pessoas conheça O Corcunda de Notre-Dame pela adaptação cinematográfica da Disney de 1996 o filme está muito perto de um conto de fada do que a verdadeira crueldade da obra original. Creio que Esmeralda é uma das personagens que mesmo não sendo uma antagonista torna-se insensível ao olho do leitor. O final tem um desfecho no qual não poderia ser melhor e longe do famoso “true love”, então fica a dica para quem espera se surpreender com um livro do seu começo ao fim.  
A edição da editora Zahar traz uma edição encantadora  com mais de 50 ilustrações originais da época além de notas nas quais oferecem ao leitor uma maior compreensão da obra. 

Boa leitura! 

Marcos Vinicius Migliorini